As abelhas urbanas e a Vida Contemporânea

Muitas vezes, as abelhas são lembradas como insetos que são maldosos, que causam acidentes, que você sempre deve evitar por conta de seu ferrão, o que leva a população a retirá-las ou matá-las quando essas existem perto das residências, mas não é bem assim, embora proibidos os apiários em zonas urbanas, enxames costumam passar durante a sua migração e devemos nos conscientizar em relação a importância desses polinizadores.

Além dessas abelhas que comumente temos medo e que produzem o mel mais conhecido que consumimos no nosso dia a dia, existem também as abelhas sem ferrão, as ASF’s, também chamadas de abelhas indígenas ou nativas.

Por não possuírem ferrão, esses animais podem ser criados, sem medo, para a reconexão com o meio natural em apartamentos e residências, sendo criadas como um hobbie, mas também existem Meliponicultores urbanos, que realizam todo o manejo das ASF’s para a produção e consumo do seu próprio mel.

De acordo com o biólogo Cristiano Menezes, da Embrapa Meio Ambiente, “A criação de abelhas sem ferrão em áreas urbanas, além de ser uma atividade prazerosa, ajuda a preservar o meio ambiente e estimula crianças a entender a importância desses insetos na produção de alimentos.”

As abelhas sem ferrão se adaptam facilmente às condições impostas pela cidade e lugares como edifícios, construções abandonadas, árvores com troncos ocos, caixas d’água e tambores sem uso, proporcionando assim, abrigo temporário para as colmeias. Embora passe despercebido, você provavelmente já deve ter esbarrado em alguma abelha sem ferrão em sua cidade.

Uma prática muito incentivada, é o cultivo de jardins, com as espécies de plantas escolhidas justamente para atrair e auxiliar na alimentação das ASF’s ao longo do ano todo. Uma curiosidade do uso desses jardins pode ser a dos Corredores Verdes ou corredores para polinizadores, que atualmente são a solução alternativa encontrada para suprir a falta das árvores, que perderam espaço com o desenvolvimento dos centros urbanos e falta de planejamento de arborização.

GeoApis na Meliponicultura Urbana

Para o setor Meliponicultura Urbana, o aplicativo GeoApis está em fase de teste, para além de oferecer serviços para o Agricultor e o Apicultor, também seja possível os usuários amigos das “abelhas urbanas” possam mapear, organicamente, no meio urbano a presença natural ou de criação de ninhos e colmeia das abelhas nativas, assim como espaços dedicados ao auxílio de sua preservação, como os hotéis de abelhas solitárias.

Assim como para o usuário apicultor, todas as informações sobre a sua produção de mel, incluindo a quantidade final de mel retirada ao final do ano e quais as espécies de abelhas que o meliponicultor possui, ao cadastrar suas caixas, ajuda no levantamento de dados referentes às abelhas cadastradas pelo usuário, auxiliando assim ter um entendimento geral dos esforços de preservar essas abelhas no território urbano.

Se empolgou com o tema? Se ficou com vontade também de criar esses incríveis insetos do bem é importante conferir as documentações necessárias!

Texto:
Gabriela Corrêa Pitaguari, graduanda em Engenharia Florestal pela ESALQ – USP e Estagiária da Agrotech GeoApis

Imagem:
Heric Yuji Silveira Sebata

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